É um termo utilizado para definir a capacidade humana por passar por experiências adversas sucessivas sem prejuízos para o desenvolvimento.
 A resiliência é um termo oriundo da física.Trata-se da capacidade dos materais de resistirem ao choques.Esse termo passou por um deslizamento em direção às ciências humanas e hoje representa a capacidade de um ser humano de sobreviver a um trauma, a resistência do individuo face ás adversidades, não somente guiada por uma resistência física, mais pela visão positiva de reconstruir sua vida, a despeito de um entorno negativo,do estresse, das contrições sociais, que influenciam negativamente para o retorno á sua vida. Assim um dos fatores da resiliência é a capacidade do individuo de garantir sua integridade, mesmo nos momentos mais críticos.
 Não se é resiliente sózinho, embora a resiliência seja íntima e pessoal.Um dos fatores de maior importância é o apoio e o acolhimento, feito em geral por um outro individuo, e essencial para o salto qualitativo que se dá.
O Conceito Estruturador é um pilar para a organização de currículos que buscam conectar as disciplinas e atribuir sentido às aprendizagens escolares. É uma base para superar a organização disciplinar fragmentada das matérias na estrutura curricular em mosaico ou cadeiras, isto é, por matérias, com tempos separados e fronteiras bem definidas entre elas. O conceito estruturador contribui para superar essa especialização, pois norteia a organização dos conteúdos por matéria e, na busca de um currículo mais integrado, ordena uma área de ensino. Para construir esse movimento do conceito estruturador por área e por disciplina, teceremos com o fio do currículo as duas situações. Essa discussão necessariamente deve ser remetida ao verbete Currículo deste dicionário implica a compreensão dos códigos da especialização do currículo.
-> As formulações pedagógicas construídas na ótica feministas apoiam-se no reconhecimento das igualdades entre meninas e mulheres, meninos e homens.

-> Os homens ainda continuam governando em suas politícas e práticas ou seja tem o PODER.

-> No espaço escolar foi criado um novo modelo pedagógico para subverter a posição desigual e subordinada (mandado) das mulheres no espaço escolar.

-> Sob esses novos modelos, a situação ensino/aprendizagem se transformaram numa relação onde todos os personagens podem se manisfestar, sem que nenhum sujeito/professor detenha, uma exxperiência, um saber ou uma autoridade mais que os demais.

-> Pedagogias  feministas se baseiam na "conscientização", na "libertação" ou na "transformação" dos sujeitos e da sociedade.

-> A professora feminista como qualquer outra professora ou professor representa conhecimentos e é autorizada ensina-lo( detêm a autoridade para ensina-lo)

-> Num campo teórico, onde a diferença é um conceito central faz-se de conta que não há diferenças, simula-se que todos são iguais


-> São inúmeras as situações em que elas se envolvem em debates ou disputas acirradas.

Bullying é o uso do poder ou da força para intimidar ou perseguir os outros na escola (school place bullying) ou no trabalho (work place bullying). As vítimas dessa intimidação repetida e recorrente são normalmente pessoas que sem defesas são incapazes de motivar outras para agir em seu apoio.

http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=19
O que é sexualidade?

Sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros

fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta.

 O sexo faz parte da vida e da saúde do ser humano. Este é um aspecto que

deve ser cuidado como qualquer outro item da nossa saúde.

  A sensação de bem-estar, de torpor, que toques e carícias podem

proporcionar, são fonte de energia indispensável.

http://www.infoescola.com/sexualidade/o-que-e-sexualidade/

Em relação ao filme:

 No documentário fala sobre a menina que era desprezada pelos colegas da

escola por ter aids, seus pais eram contaminados pela aids, no documentário

mostra brigas dos pais de Blanca, discusões dizendo que o pai da menina era

o culpado pela filha ter aids, pelo fato de ter andados com varias mulheres

além de sua mãe, menina sofre com tudo que está acontecendo em sua vida e

sente vontade de morrer, desistir de tudo.

 Segundo Zagury, no texto: Blanca vive um momento de busca de identidade,

por este motivo seus responsáveis, inclusive no ambito educacional devem

permitir que aconteça:

Empatia que é um sentimento que causa prazer no contato, um estado de

espírito que permite a você se identificar com outra pessoa.


Letícia Lopes dos Santos
-> O que se busca quando se quer aprender
-> Angústia de castração
Homens
Mulheres
-> Desejo de saber -> dominar -> ver -> sublinar
-> As investigações sexuais são reprimmidas
-> Educador precisa conhecer a dimensão sódica(desenvolvido)
-> Curiosidade sublimada leva ao interesse pela pesquisa(ás coisas)
-> Mala propulsora para o desenvolvimento intelectual é sexual
-> Aprender é aprender com alguém
-> Professores ocupam o lugar dos pais
-> Relação afetiva primeiramente dirigida ao pai
-> Transferência, manifestação inconsciente
-> Desejo
-> Atribuições aos professores provocam o aprendizado
-> O professor tem o poder
-> Professor também tem desejo
-> Não temos controle sobre o que dizemos
-> Professor sabe respeitar as interpretações que o aluno dá ao conteúdo.

O filme é baseado na história real de um menino analfabeto e morador de rua que venceu a versão indiana do programa de TV "Quem quer ser um milionário?" e chocou toda a população.
O menino se chamava Jamal, com 18 anos de idade, vem de uma favela de Índia com seu irmão Salim, perdem a mãe ainda criança, desde ai começam a passar aventuras aterrorizantes pela vida, juntamente também com a pequena Latika que também se encontra na mesma situação.
Os três passam o seu tempo na rua sem ter para onde ir, passando necessidades, fome, onde por acaso encontram um homem que lhe oferece ajuda á eles, mais infelizmente o homem era um aproveitador.
Mas as três crianças irão crescer e se enredar nas tramas humanas ante o infinito poder de corrupção do dinheiro.
Jamal, seu irmão mais novo, ganhava vida servindo chá, Salim, o mais velho se perdeu na vida do crime e Lakita continua sua vida, conhece o gênero masculino em variações.
Jamal um dia se inscreve para um programa de perguntas e respostas onde ele poderá virar um milionário, a cada pergunta feita, jamal encontrava a resposta em suas recordações de infância, em tudo que ele viveu, e felizmente com muita sorte ele vira o grande MILIONÁRIO.
Jamal vai ao encontro de Lakita e os dois ficam juntos e vivem o amor que deixaram para trás.

Análise Crítica:
filme nos mostra que na vida, todos nós podemos nos superar em qualquer situações, nada é impossível , basta acreditar, confiar em si mesma, e seguir em frente, conquistar as coisas com dignidade, sinceridade e força para enfrentar o que vem pela frente.
Leticia Lopes dos Santos


Esse filme é excelente no meu ver, pois, os personagens fogem do estilo americano de mocinho e mocinha ambos loiros, olho azul e rico, a realidade de uma vida dura nas favelas, sem a proteção de uma mãe ajuda Jamal a encarar a vida com responsabilidade e dignidade e suas dificuldades acabam valendo um milhão.Marcela mairesse




A sociedade acredita que é guiada pela moralidade mas isto não é verdade. O premiado diretor de As Horas, Stephen Daldry, mostra novamente toda sua força nesta história de medos e segredos escondidos pelo tempo. Hanna (Kate Winslet) foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael (Ralph Finnes)não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. Livro com sucesso mundial de vendas, O Leitor é a uma história que nos levará a questionar todas as nossas mais profundas verdades.

Análise crítica:
O filme em alguns momentos se torna muito forte e emocionante, a dedicação dele com ela, foi bem verdadeiro, no caso de ensina-lá ler e escrever.
E ter mostrado a ela a importância de ler e escrever, final meio triste, pensei que iria ter um final feliz, mais foi ao contrário,mas és um filme muito bom e recomendo.
Leticia Lopes dos Santos

Para mim este foi um dos melhores filmes que a atriz Kate Winslet fez, esse filme me emocionou muito principalmente no fim que eu achei que ela finalmente ia ter um final feliz, mas não agüentou o peso da liberdade. Isso nos mostra a nos estudantes de pedagogia como há no mundo pessoas que não sabem ler nem escrever, mas elas sabem da importância de ler e escrever. Marcela mairesse


Tarefa difícil, mas não impossível,
tarefa que pede sacrifício incrível!
Tarefa que exige abnegação,
tarefa que é feita com o coração!

Nos dias cansados, nas noites de angústia,
nas horas de fardo, de tamanha luta,
chegamos até a questionar:
Será, Deus, que vale a pena ensinar?

Mas bem lá dentro responde uma voz,
a que nos entende e fala por nós,
a voz da nossa alma, a voz do nosso eu:
- Vale sim, coragem!

Você ensinando, aprende também.
Você ensinando, faz bem a alguém,
e vai semeando nos alunos seus,
um pouco de PAZ e um tanto de Deus!
(Desconheço Autoria)

Tendo como objetivo alegrar idosos, crianças e adolescentes com diversas atividades, concerteza esse dia sempre será lembrado com muito carinho por todos nós pedagogos presentes naquele dia. pois aprendemos o valor de um sorrisso de uma criança por coisas simples, uma lição de vida.

Planejamento feito em sala de aula com a professora Antonieta Beatriz.

Objetivo: escolher uma das gravuras como tema inspirador com o auxilio dos temas trabalhados e

elaborar uma situação de aprendizagem com abordagem educacional construtivista sociointeracionista.

Objetivo Geral: Realizar uma aula ao ar livre, tendo como objetivo uma aula mais saúdavel.Logo em seguida montar um texto em relação á natureza.

Objetivo(s) Conceitual(ais): Aprender o valor e sentido da natureza.

Objetivo(s) Procedimental(ais): Experimentar como é saudável para a vida estar ao ar livre, respirar o ar da natureza.

Objetivo(s) Atitudinal(ais): Dar valor para as coisas mais simples que há na vida como o ar,o sol, os ventos, as flores, enfim a NATUREZA.

Conteúdo(s): Os conteúdos são baseados sobre a natureza; o que é saudável e o que não é; como o exemplo: esporte ao ar livre, faz muito bem.

Procedimento(s) e recursos: Podemos utilizar vários recursos para formar brincadeiras educativas.

Avaliação: Verificar se os alunos escreveram

Leticia Lopes dos Santos

  • As relações de desigualdade e poder da educação e do currículo não podiam ficar retritos
  • Um currículo deve ter em consideração nas relações entre/de gêneros, raças, etnias.
  • Uma perspectiva crítica de currículo buscaria lidar com a questão da diferença como uma questão histórica e política.
  • O racismo não pode ser concebido simplismente como uma questão de preconceito individual.
  • Tratar de racismo como questão individual leva a uma pedagogia e a um currículo centrados numa simples "terapêutica" de atitudes individuais consideradas erradas.
  • A atitude racista é o resultado de uma complexa dinâmica de subjetividade que inclui contradições, medos e ansiedades.

Até o século XII, as condições gerais de higiene e saúde eram muito
precárias, o que tornava o índice de mortalidade infantil muito alto.

E, ainda sim, as crianças que conseguiam atingir uma certa idade não
possuíam identidade própria, só vindo a tê-la quando conseguissem fazer
coisas semelhantes àquelas realizadas pelos adultos, com as quais estavam
misturadas. Sendo assim, dos adultos que lidavam com as crianças não era
exigida nenhuma preparação. Tal atendimento contava com as chamadas
criadeiras, amas de leite ou mães mercenárias.

Vale ressaltar também que o tratamento dado a uma criança do sexo
masculino era, em muitos casos, diferente do tratamento recebido por uma
criança do sexo feminino, pois “as meninas costumavam ser consideradas
como o produto de relações sexuais corrompidas pela enfermidade,
libertinagem ou a desobediência a uma proibição” (HEYWOOD, 2004, p.76).
E sendo assim, a celebração do nascimento de uma criança se diferenciava
de acordo com o sexo da mesma. Um exemplo é a Bretanha do século XIX,
em que a chegada de uma criança do sexo masculino era saudada com três
badaladas de um grande sino, enquanto a chegada de uma criança do sexo
feminino era saudada com apenas duas badaladas e de um sino pequeno.
Até mesmo na arte a infância foi ignorada. “Até por volta do século XII,
a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa - la. É
difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou a falta de
habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse
mundo” (ÁRIES,1981, p.50). Sendo que até o fim do século XVIII, não
existem crianças caracterizadas por sua expressão particular, sendo
retratadas então como homens de tamanho reduzido.

No século XIII, atribuíram-se à criança modos de pensar e
sentimentos anteriores à razão e aos bons costumes. Cabia aos adultos
desenvolver nelas o caráter e a razão. No lugar de procurar entender e
aceitar as diferenças e semelhanças das crianças, a originalidade de seu
pensamento, pensava-se nelas como páginas em branco a serem
preenchidas, preparadas para a vida adulta.
“A “descoberta” da infância teria de esperar pelos séculos XV, XVI
e XVII, quando então se reconheceria que as crianças precisavam de
tratamento especial, “uma espécie de quarentena”, antes que pudessem
integrar o mundo dos adultos” ( HEYWOOD, 2004, p.23). Fazendo assim com
que as crianças deixassem de ser misturadas aos adultos. Essa quarentena
foi a escola, que substituiu a aprendizagem como meio de comunicação.

A mudança de paradigma no que se refere ao conceito de infância
está diretamente ligada com o fato de que as crianças eram consideradas
adultos imperfeitos. Sendo assim, essa etapa da vida provavelmente seria de
pouco interesse. “Somente em épocas comparativamente recentes veio a
surgir um sentimento de que as crianças são especiais e diferentes, e,
portanto, dignas de ser estudadas por si sós” ( HEYWOOD, 2004, p.10).
Como pudemos perceber, a maneira como a infância é vista
atualmente é conseqüência das constantes transformações pelas quais
passamos, e que é de extrema importância nos darmos conta destas
transformações para compreendermos a dimensão que a infância ocupa
atualmente. “Este percurso (esta história), por outro lado, só foi possível
porque também se modificaram na sociedade as maneiras de se pensar o
que é ser criança e a importância que foi dada ao momento específico da
infância” (BUJES, 2001, p.13)
Rede privada
Turma 11 sala A008
Professora formada em Pedagogia - ufrgs ha 18 anos
Professores buscam os alunos até a porta e leva para sala de aula
Numero de alunos: 15 alunos
Na sala de aula há cartaz com nomes e foto de cada aluno, cantinho da leitura: Livros Infantis,
cantinho dos Jogos: Dominó, alfabeto, etc; móveis na sala: Cadeiras, aquario, , etc; caixa para os lanches, bem distribuido os elementos na sala de aula, sentam-se em trio, quadros com data de aniversário de cada aluno, painel com desenhos feito por eles,trabalho em disposição com massa modelar construído por eles.
Atividade feita pela professora com saquinho com 10 frutas, maneiras diferentes de cada aluno, solução matemática, ensinando também os números de 10 á 60 durante a tarefa quem iria terminando poderia pegar um livro para ler, no cantinho da leitura.
Correção de tema com cada aluno, quem não realizou a tarefa em casa, teria que realizar na aula com a professora.
Observação em relação a professora:
Docente mostra-se feliz , alegre e atenciosa com os alunos, a relação entre professor e aluno, no meu ponto de vista foi muito agradável, foi um exemplo de professor(a) para mim.
Leticia Lopes dos Santos


Lawrence Kohlberg doutorou-se em Psicologia na Universidade de Chicago, em 1958, com uma Tese de Doutoramento sobre o Raciocínio Moral em Rapazes Adolescentes. Antes de se doutorar, Kohlberg ofereceu-se como voluntário para integrar a tripulação de um navio mercante norte-americano que conduziu ao novo Estado de Israel dezenas de judeus, recém-libertados dos campos de concentração nazis. A experiência na construção do novo Estado de Israel e o contacto com os campos de extermínio nazis seriam acontecimentos marcantes na sua vida. De origem judaica, Kohlberg aderiu, bastante cedo, a uma ética humanista, de influência kantiana. Na psicologia, a sua maior influência foi a obra de Piaget, em particular, o livro Le Jugement Morale Chez les Enfants, que leu enquanto estudante universitário. Professor de Psicologia do Desenvolvimento na Graduate School of Education da Harvard University, Kohlberg fundou e dirigiu, durante vários anos, o Center for Moral Education. Morreu em 1987.

Lawrence Kohlberg dedicou toda a sua vida adulta ao estudo do desenvolvimento moral. Grande parte dos seus estudos foram publicados inicialmente em revistas científicas e, mais tarde, foram reunidos em dois volumes, de cerca de 500 páginas cada, publicados, em 1981 e 1983, na Harper and Row, com o título de Essays on Moral Development I e II- The Philosophy of Moral Development and The Psychology of Moral Development. Dos seus inúmeros artigos publicados em revistas, é possível destacar os seguintes: "The Child as Moral Philosopher", Psychology Today, Setembro de 1968, 25-30; "Moral Education and the New Social Studies", Social Education, XXXVII, 5, 1973, 369-75; "Moral Education in the Schools: A Developmental View", School Review, LXXIV, 1, 1996, 1-29. Muitos dos seus estudos foram publicados em obras colectivas, tais como: "The Moral Atmosphere of the Schools", in Readings in Moral Education, ed. Peter Scharf, Winston Press 1978; "Educating for a Just Society: An Updated and Revised Statement", in Moral Development, Moral Education and Kohlberg, ed. Brenda Munsey, Religious Education Press1980; "Revisions in the Theory and Practice of Moral Development", in New Directions for Child Development: Moral Education, nº 2, ed. William Damon, Jossey Bass, 1978; "The relationship of Moral Education to the Broader Field of Value Education", in Values Education: Theories, Practice, Problems, Prospects, ed. J.Meyer, B. Burnham e J. Cholvat, Wilfid Laurier University Press, 1975. Em Portugal, a teoria de Kohlberg tem conhecido um interesse crescente nos meios académicos. Orlando Lourenço, professor de Psicologia do Desenvolvimento na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação e Júlia Oliveira-Formosinho, docente de Educação de Infância no Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho têm sido os autores portugueses que mais têm publicado sobre Desenvolvimento e Educação Moral, no quadro da teoria de Kohlberg. Das suas inúmeras obras, destaco as seguintes: Orlando Lourenço. Psicologia do desenvolvimento Moral - Teoria, Dados e Implicações. Livraria Almedina.1992; Orlando Lourenço. Educar Hoje Crianças para o Amanhã. Porto Editora. 1996; Júlia Oliveira-Formosinho e outros. Educação Pré-escolar - A Construção Social da Moralidade. Texto Editora. 1996; Júlia Oliveira Formosinho e outros. Modelos de Educação de Infância. Porto Editora. 1996. A teoria de Kohlberg tem sido usada como enquadramento teórico, em várias Teses de Mestrado e de Doutoramento, apresentadas em Universidades portuguesas, nas últimas duas décadas. A Tese de Doutoramento de Orlando Lourenço foi, a esse nível um trabalho pioneiro: Orlando Lourenço (1988). Altruísmo: Generosidade ou Inteligência Sócio-cognitiva? Lisboa. INIC. Este autor tem vindo a publicar uma obra vasta e inovadora que pretende constituir-se como um desenvolvimento da teoria de Kohlberg. Uma grande parte dos seus estudos estão publicados nas revistas Análise Psicológica, Cadernos de Consulta Psicológica, Psychologica e Revista Portuguesa de Educação.

A Teoria da Educação MoralLawrence Kohlberg é o nome mais importante deste século no âmbito da educação moral. A sua investigação domina praticamente todos os debates sobre educação moral no mundo universitário e a sua teoria é presença constante em revistas de educação A sua investigação influenciou não apenas o mundo da educação, mas também da justiça. O reconhecimento de Kohlberg surgiu nos anos 80, embora os seus trabalhos fossem conhecidos e debatidos no mundo restrito dos académicos que se dedicavam ao estudo do desenvolvimento moral. De certa forma, o seu reconhecimento e popularidade constituiu uma resposta ao mal estar causado pela ineficácia do modelo curricular da clarificação de valores, tão em voga durante os anos 60 e 70. Por outro lado, a sua teoria abriu uma porta de esperança para os que vêem a sociedade norte-americana e as sociedades europeias ameaçadas pela corrupção, criminalidade e crescente egoísmo social. O interesse pela teoria de Kohlberg deve-se, também, à seriedade e à monumentalidade do trabalho de investigação conduzido por ele ao longo de três décadas, sem nunca se desviar do seu objectivo central: o estudo do desenvolvimento moral e de uma abordagem à educação moral preocupada com a questão da justiça. Nessa caminhada, Kohlberg soube, como poucos, associar os contributos da psicologia do desenvolvimento, em particular dos trabalhos de Piaget, da filosofia moral, nomeadamente o pensamento de Kant e da sociologia política, com particular destaque para o liberalismo social de John Rawls. Psicologicamente, Kohlberg afastou-se das influências psicanalítica e comportamentalista, representadas ao mais alto nível por Freud e Skinner, procurando as suas raízes na psicologia cognitivista de inspiração piagetiana. Filosoficamente, Kohlberg recusou a influência da filosofia analítica, procurando um retorno à filosofia crítica de inspiração kantiana. Sociologicamente, reagiu à influência do relativismo moral, procurando justificações para a defesa de uma ética universal, independente dos condicionalismos sociais e culturais. Kohlberg iniciou a sua investigação sobre desenvolvimento moral em crianças e adolescentes, com a apresentação da sua Tese de Doutoramento, na Universidade de Chicago, em 1958. Daí até à sua morte, em 1987, nunca mais abandonou o estudo do desenvolvimento e da educação moral. Lawrence Kohlberg e os seus colaboradores, ao longo de 30 anos, nunca deixaram de colocar novas hipóteses, reexaminaram dados anteriores, fizeram revisões dos estudos e responderam às inúmeras críticas vindas, sobretudo, de teorias não cognitivistas do desenvolvimento moral. A bibliografia de Kohlberg foi, durante muitos anos, disponível apenas em séries monográficas e artigos de revistas científicas. Nos anos 80, esses estudos foram reunidos em dois volumes com cerca de 500 páginas cada um, com os títulos de Essays on Moral Development I -The Psychology of Moral Development e Essays on Moral Development II - The Philosophy of Moral Development. Para além dos textos originais de Kohlberg, existe uma enorme quantidade de literatura sobre a teoria de Kohlberg, sobretudo apresentações, comentários, críticas e desenvolvimentos. As revistas The Journal of Moral Education e Moral Education Forum dedicam, há longos anos, números temáticos sobre os desenvolvimentos da teoria de Kohlberg, bem como sobre as aplicações curriculares da sua teoria. A literatura sobre educação moral tem apelidado a teoria de Kohlberg de cognitivo-desenvolvimentista, construtivista e interaccionista. Kohlberg e colaboradores têm afirmado, frequentemente, as influências de Sócrates, Platão, Kant, Rawls, Dewey e Piaget. Nos fundamentos filosóficos, a teoria de Kohlberg deve muito ao pensamento de Sócrates, Platão e Kant. Nos fundamentos psicológicos, a sua dívida é enorme para com Piaget. Nos fundamentos sociais, políticos e educacionais, a sua dívida é grande para com Dewey e Rawls.O interaccionismo social da teoria da educação moral de Kohlberg e, em particular, a abordagem comunidade justa, é influenciada pela teoria educacional de John Dewey, nomeadamente o livro Educação e Democracia. Essa dívida foi publicamente explicitada por Kohlberg no artigo Development as the Aim of Education: The Dewey View, no qual descreve analisa três grandes teorias educacionais, o romantismo (Rousseau, Freud e Mill), a transmissão cultural (Durkheim) e o progressismo (Dewey). Kohlberg rejeita quer o individualismo romântico quer o colectivismo da transmissão cultural, propondo uma teoria que estabeleça uma síntese criativa entre o individual e o social na educação, baseada na noção de interacção e interdependência entre o organismo e o ambiente, entre a pessoa e o meio, entre o sujeito e o objecto, à boa maneira de Jean Piaget. Epistemologicamente, Kohlberg assume-se como um continuador de Piaget, rejeitando a noção de que o conhecimento seja o produto da cultura ou do inatismo. Ao invés, o conhecimento constrói-se a partir da interacção do sujeito com o objecto, do organismo com o meio, não fazendo sentido algum a separação de um do outro. Esta ligação íntima entre o individual e o social assume uma lugar central na moral de Kohlberg. A justiça surge como o expoente máximo dessa ligação, porque pressupõe que o indivíduo seja capaz de equilibrar os seus interesses e pontos de vista com o os interesses mais gerais da sociedade. A partir dos anos 70, com o início do seu envolvimento na criação de programas curriculares de educação moral, em cenários de escolas secundárias, Kohlberg passou a acentuar mais o carácter social da moralidade, aproximando-se de alguns aspectos da moralidade durkheimiana e dos programas educativos postos em prática em alguns kibbutz israelitas. Esse movimento levou Kohlberg a dar cada vez mais importância ao desenvolvimento de um estádio 4 da moralidade e ao papel da escola e do professor na promoção do desenvolvimento moral. O maior contributo de Kohlberg para o estudo do desenvolvimento moral foi, sem dúvida, a sua teorias dos estádios do desenvolvimento moral. A melhor forma de apresentar essa teoria é recorrendo a um quadro explicativo.Estádio 1. Orientação pela obediência e punição. deferência egocêntrica face ao poder e à autoridade.Estádio 2. Estádio da individualidade instrumental. Orientação egoísta. A acção correcta é aquela que satisfaz as necessidades do indivíduo e apenas ocasionalmente dos outros. Igualitarismo radical.Estádio 3. Orientação bom rapaz, linda menina. Orientação para a aprovação e para agradar aos outros. Conformidade aos estereótipos sociais.Estádio 4. Orientação para a manutenção da ordem e da autoridade. Respeito pela autoridade e pelas expectativas que a sociedade deposita em nós.Estádio 5. Orientação contratual legalista. O dever é definido em termos de contrato. deferência para com o bem estar dos outros e pelo cumprimento dos contratos.Estádio 6. Orientação pelos princípios éticos. A acção é conforme a princípios universais. Primado da consciência individual e pelo cumprimento do dever.Os estádios 1 e 2 agrupam-se no nível pré-convencional.Para o estádio 1, o certo é a obediência cega às regras e à autoridade, de forma a evitar a punição. O que está certo é evitar a violação das regras e evitar danos físicos aos outros e à propriedade. As razões para fazer o que está certo é evitar a punição e os castigos. A criança neste estádio assume um ponto de vista meramente egocêntrico. Não considera os interesses dos outros e não relaciona vários pontos de vista em simultâneo.Para o estádio 2, o certo é a satisfação das nossas necessidades. O que está certo é seguir as regras quando elas nos servem. O certo é a satisfação dos nossos interesses e necessidades. O certo é deixar os outros fazerem o mesmo. Neste estádio, a criança reconhece que os outros também têm interesses. A criança, neste estádio, assume uma perspectiva concreta individualista. Separa os seus interesses dos interesses dos outros. Os conflitos de interesses resolvem-se dando a todos uma parte igual.Os estádios 3 e 4 agrupam-se no nível convencional.Para o estádio 3, o certo é ser simpático, leal e digno de confiança. O adolescente, neste estádio, preocupa-se com as necessidades dos outros e procura cumprir as regras e as normas. O que está certo é viver de acordo com aquilo que os outros esperam de nós e fazer aquilo que os outros esperam que nós façamos. O adolescente, neste estádio, mostra gratidão e apreço pelas autoridades e procura ser digno dessa confiança. O adolescente, neste estádio, respeita a regra de ouro, isto é, reconhece a importância da reciprocidade e trata bem os outros porque espera que os outros também o tratem bem. Este estádio tem em conta tanto a perspectiva do indivíduo como a perspectiva dos outros. Uma pessoa, neste estádio, sabe partilhar sentimentos e sabe relacionar diferentes pontos de vista em simultâneo. É capaz de "calçar os sapatos dos outros", isto é, sabe colocar-se no papel dos outros. Para o estádio 4, o certo é cumprir o dever para com a sociedade, manter a ordem social e velar pelo bem estar de todos. As leis são para serem cumpridas e a sociedade espera que cada um dê o seu contributo para o bem estar geral. A razão para fazer o que está certo é ajudar a manter a ordem social e o bom funcionamento das instituições. Este estádio distingue os pontos de vista da sociedade dos pontos de vista dos grupos e dos indivíduos. Uma pessoa, neste estádio, assume o ponto de vista do sistema e considera as relações interpessoais em termos do seu lugar no sistema. Os estádios 5 e 6 agrupam-se mo nível pós-convencional.Para o estádio 5, a escolha moral é baseada nos direitos básicos, nos contratos legais e nos valores morais, mesmo quando há conflito com as leis ou as regras do grupo. O que está certo é ter consciência que as pessoas nem sempre partilham os mesmos valores e que, por vezes, as leis e as regras do grupo são injustas e não merecem, portanto, ser obedecidas. A razão para fazer o que está certo reside na necessidade de respeitar os contratos e os direitos dos outros. Neste estádio, a pessoa toma decisões ma base do maior bem para o maior número. Neste estádio, há verdades mais importantes que os interesses da sociedade. A pessoa, neste estádio, considera o ponto de vista legal e o ponto de vista dos outros e procura reconhecer o conflito entre eles, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maior número. Para o estádio 6, o certo é o que obedece aos princípios éticos universais. As leis ou os contratos e acordos sociais são válidos sempre que respeitam esses princípios. Quando a lei viola os princípios éticos, a pessoa deve agir de acordo com os princípios éticos, ainda que tenha de violar as leis. Os princípios éticos relacionam-se coma noção de justiça, dignidade humana, direitos humanos e igualdade de direitos. A razão para fazer o que está certo é que a pessoa reconhece a validade dos princípios e procura cumpri-los. Este estádio reconhece que os princípios de justiça não são apenas produtos da sociedade para resolver eficazmente os conflitos, mas sobretudo o reflexo de uma ordem natural que reside tanto na natureza humana como na ordem cósmica. Estes princípios são eternos e universais, no sentido de que são um produto do desenvolvimento da natureza humana. Estão, por isso, presentes em todas as sociedades e em todas as culturas. A interacção do sujeito com o meio pode ser necessária para revelar o princípio da justiça, mas não é essa interacção que cria o princípio. O princípio ético é prévio à sociedade. É uma categoria a priori no sentido kantiano.A teoria de Kohlberg é um dos exemplos mais significativos de uma teoria moral centrada na defesa dos princípios éticos e preocupada com o desenvolvimento do raciocínio moral, em vez da mera defesa das convenções sociais, regras de conduta e leis. O que é que Kohlberg entende por princípio ético? Antes de mais, é um procedimento ou um conjunto de orientações para habilitar a pessoa ao confronto de escolhas morais alternativas. Constitui uma forma universal de tomada de decisões morais, com base na lógica formal e na razão. O princípio ético constitui uma padrão universal que orienta a reflexão sobre questões morais. Por outro lado, o princípio ético refere-se a uma forma mais avançada e mais madura de encarar o conceito de justiça, o qual, no entender de Kohlberg, define o ponto de vista moral. De uma certa forma, o princípio ético significa duas coisas: um procedimento racional para orientar a reflexão sobre questões morais e um conteúdo identificável com o conceito de justiça. O que é que Kohlberg entende por justiça? A justiça é o mesmo que igualdade e universalidade dos direitos humanos. A justiça é tratar, com igualdade, todas as pessoas, independentemente da sua posição social. É tratar cada pessoa como um fim e não como um meio. Assemelha-se ao imperativo categórico de Kant. É o mesmo que o respeito pela dignidade humana e pressupõe o respeito pela reciprocidade. A justiça pressupõe a preocupação pelo bem estar dos outros. De uma certa forma é o mesmo que o maior bem para o maior número. Kohlberg rejeita quer a ideia de que a moralidade é a expressão das normas do grupo quer a ideia de que a moralidade é uma questão de gosto e de preferência individual. Os princípios éticos não derivam da sociedade ou da cultura. Eles são autónomos, fazem parte da natureza humana e estão inscritos na ordem cósmica.Qual é o papel da cognição na teoria de Kohlberg? Conhecida como teoria cognitivo-desenvolvimentista, a teoria de Kohlberg concede um lugar central à cognição no processo de desenvolvimento moral. Alguns críticos acusam-no de conceder uma demasiada importância à cognição, desvalorizando o papel das emoções, dos sentimentos e dos hábitos. O processo de raciocínio moral tem várias características: "é interactivo, isto é, o pensamento moral significa a aplicação dos processos e das operações lógicas por um indivíduo a certos problemas, experiências e situações que existem no mundo. O pensamento moral significa aplicar certos princípios e práticas a estruturas concretas e a dilemas. Estes procedimentos estão intimamente ligados ao conceito de justiça e pensar moral significa considerar as potenciais escolhas que maximizarão a preocupação pelos outros. Este procedimento deverá ser imparcial e não poderá ser afectado pelos preconceitos pessoais ou pressões de grupo" (Chazan, 1985, 78). Kohlberg defende que o desenvolvimento moral deve ser visto em termos de desenvolvimento de ceras formas ou estruturas de pensamento e não em termos de transmissão de conteúdos morais ou de formas de conduta. O hábito não tem, na sua teoria, qualquer papel especial. O conteúdo moral e a acção têm pouco a ver com o estádio do desenvolvimento moral. A complexidade do raciocínio e o nível da justificação para as escolhas morais são as componentes mais importantes no processo de atribuição de um estádio do desenvolvimento moral a uma pessoa. Kohlberg sempre criticou os modelos curriculares preocupados com a transmissão das virtudes morais, apelidando-os de "caixinha das virtudes". Em vez da ênfase nos conteúdos e nos comportamentos, a teoria de Kohlberg centra-se na forma, na estrutura e no processo de pensamento, o qual é tanto mais adequadamente moral quanto mais imparcial e universal forem os juízos produzidos. A teoria de Kohlberg afasta-se da noção aristotélica da virtude. Para Kohlberg, ao contrário de Aristóteles, não é possível separar a dimensão intelectual da dimensão comportamental. Kohlberg insere-se na tradição socrática e platónica que assume que "aquele que conhece o bem, praticará o bem " e que a imoralidade é uma questão de ignorância. A crença de que a pessoa tende a agir de acordo com os seus juízos morais é central na teoria da educação de Kohlberg e é essa correspondência que o obriga a desvalorizar uma educação preocupada com o desenvolvimento do carácter e com os comportamentos e acções morais. Todas as intervenções de Kohlberg e dos seus colaboradores, relacionadas com a criação de programas educativos em escolas secundárias, nomeadamente os programas "schools within a school" e "cluster school", no final dos anos 70, recusam a utilização de metodologias de ensino directo e fazem apelo à participação dos alunos na tomada de decisões, à discussão de dilemas morais, reais e hipotéticos e ao envolvimento dos alunos em comissões de justiça e no governo da escola. A dificuldade em dar continuidade a estes programas e sobretudo a impossibilidade prática da sua generalização e os fraco impacto nos comportamentos e nas acções dos alunos motivaram inúmeras críticas, ao longo da década de 80. Os programas "comunidades justas" foram criticados, sobretudo, pela pouca ou nenhuma atenção concedida à esfera dos comportamentos e das acções. Mais inteligência e mais reflexão nem sempre andam associados a mais benevolência, mais respeito e mais responsabilidade. A primeira reacção de Kohlberg a essas críticas foi reafirmar a crença na posição socrática e platónica, acentuando o cariz formalista da sua filosofia. No final dos anos 70, Kohlberg começa a admitir a necessidade de um certo equilíbrio entre a forma e o conteúdo e os valores e o raciocínio. reconhecendo uma certa desvalorização dos comportamentos e das acções, Kohlberg, nos seus últimos escritos, começou a dar mais importância ao desenvolvimento de comportamentos específicos considerados mais desejáveis em função de uma moralidade orientada para a justiça. Esta mudança foi delineada em duas direcções: primeiro, mais ênfase ao clima moral da escola e, segundo, utilização de acontecimentos reais como pretexto para a reflexão e a discussão de dilemas.O que é uma pessoa moralmente educada, na perspectiva de Kohlberg? É uma pessoa capaz de fazer uso da reflexão quando perante um problema moral e que consegue chegar a uma solução em termos da consonância com o princípio da justiça, de forma a deliberar em consistência com o princípio do maior bem para o maior número. Exemplos de pessoas moralmente educadas: Jesus Cristo, Sócrates, Janus Korczak e Martin Luther King. Qual é a posição de Kohlberg face ao doutrinamento moral? A teoria de Kohlberg não reconhece validade a um processo educativo que recorra a técnicas doutrinantes. O doutrinamento é, para Kohlberg, típico de uma educação que fixa os alunos no nível pré-convencional do desenvolvimento moral. As técnicas doutrinantes convidam à heteronomia moral e, portanto, não podem ter lugar nos modelos curriculares cognitivo-desenvolvimentistas. Mas Kohlberg afasta-se, também, das técnicas que acentuam a defesa do relativismo moral. Embora seja de louvar a educação para a defesa do pluralismo cultural, Kohlberg discorda que se conceda igual legitimidade a todas as perspectivas morais ou que se faça depender o processo de deliberação moral de dados contextuais. Uma educação que recuse a existência de hierarquias de valores e de princípios éticos universais coloca o aluno desarmado face à influência das opiniões públicas, dos poderosos e das autoridades. A ausência de referenciais éticos abre caminho a toda a espécie de injustiças e, portanto, é incompatível com uma educação moral orientada para a justiça.Qual é o papel do professor na teoria de Kohlberg? O papel essencial é servir como facilitador do aluno no processo de desenvolvimento do raciocínio moral. O professor é um recurso do aluno e deve assumir-se como um facilitador no processo de reflexão, de elaboração de juízos e de deliberação. O professor assume uma posição semi-directiva, recusando quer o "laissez faire" quer o directivismo. À semelhança de Sócrates, nos diálogos de Platão, o professor deve ajudar o aluno a colocar questões, a reformular as perguntas, a definir os conceitos e a distinguir as várias posições e pontos de vista. O professor deve ajudar os alunos a identificar um tema, um problema ou um dilema moral. A sua tarefa é manter viva a discussão em torno do problema, permitir que todos os alunos participem na discussão e ajudar a evitar o uso de conceitos errados. De seguida, o professor deve ajudar os alunos a reflectirem sobre formas alternativas de reflexão sobre questões morais. Com esta função, o professor ajuda os alunos a relacionarem o raciocínio com os juízos morais. Por último, o professor deve ajudar os alunos a reflectirem criticamente sobre a adequação dos processos de raciocínio empregues, sobre a sua coerência interna e sobre a sua lógica. É crucial que o professor seja capaz de formular juízos de valor um estádio acima dos juízos emitidos pelos alunos. Desta forma, Kohlberg acredita que os alunos terão a tendência para avançarem do estádio em que se encontram para o estádio imediatamente superior. No contexto dos programas educativos de tipo comunidade justa, o professor desempenha, ainda, a função de dinamizador da participação dos alunos nos processos deliberativos de tomada de decisões sobre assuntos escolares. O professor deve incentivar os alunos a participarem nos órgãos de gestão da escola, em particular, nos conselhos de turma, nos conselhos pedagógicos e nos conselhos directivos. Nos casos em que há comissões de justiça, os alunos são convidados a fazerem-se eleger para esse órgão e, dessa forma, poderem deliberar sobre casos concretos relacionados com a violação das normas escolares e casos de indisciplina. Até meados dos anos 70, Kohlberg privilegiava o papel do professor na promoção da discussão de dilemas morais hipotéticos. Acusado por muitos de propor um modelo curricular pouco eficaz, Kohlberg começou a dar maior importância à dimensão social da moralidade, aproximando-se em muitos aspectos do pensamento educacional de John Dewey e da teoria moral de Durkheim. Essa alteração coincide com a criação dos programas educativos do tipo comunidade justa. A partir daí, Kohlberg começa a valorizar o uso de dilemas morais reais, a partir de situações concretas do dia-a-dia escolar e a acentuar a importância do clima moral da escola na promoção do desenvolvimento moral. Nos seus últimos escritos, Kohlberg acaba por reconhecer a importância da personalidade e do exemplo do professor no processo de desenvolvimento moral dos alunos, aproximando-se, assim, do ponto de vista aristotélico sobre a moralidade, sem nunca abandonar, contudo, o formalismo e o estruturalismo da sua abordagem.É possível concluir que a teoria de Kohlberg encerra um modelo pedagógico? Embora durante a primeira fase da sua investigação, Kohlberg não estivesse directamente interessado em aplicar a sua teoria em cenários educacionais, a partir de meados dos anos 70 essa começou a ser a sua preocupação central. Podemos, por isso, responder pela afirmativa. Foi a tese de doutoramento de um seu aluno, Moshe Blatt, que levou Kohlberg a interessar-se seriamente pela criação de programas de educação moral inspirados na sua teoria. A investigação de Moshe Blatt tentara avaliar em que medida é que a discussão de dilemas morais, em salas de aula, contribui para o desenvolvimento moral dos alunos. As conclusões a que chegou foram apelidadas de efeito Blatt e podem resumir-se no seguinte: entre um quarto e metade dos alunos que participaram na experiência avançaram pelos menos um estádio. A experiência conduzida por Moshe Blatt incluiu três componentes: apresentação de dilemas morais controversos em áreas que geravam desacordo e conflito cognitivo entre os alunos; turmas moderadamente heterogéneas, com alunos em diferentes estádios de desenvolvimento moral; utilização do interrogatório socrático. Com efeito, estas três componentes estão presentes no modelo pedagógico de inspiração kohlbergiana. Durante os primeiros anos, Kohlberg utilizava um conjunto de dilemas hipotéticos. Nos últimos anos da sua vida, Kohlberg introduz mudanças significativas no modelo pedagógico: ênfase na participação dos alunos na tomada de decisões escolares; uso de dilemas reais originados a partir de situações da sala de aula ou da comunidade local; reconhecimento da influência da personalidade e do exemplo do professor. Esse reconhecimento conduziu Kohlberg a acentuar a necessidade de preparar eficazmente os professores, de forma a torná-los competentes na aplicação da sua teoria.



Bronfenbrenner nasceu em Moscou em 29 de abril de 1917 e foi para os Estados Unidos aos seis anos de idade, após experimentar forte privação no seu país de nascimento e a conseqüente morte de um irmão. Viveu toda sua vida neste país, mas sempre manteve suas raízes russas, marcadas pelo cultivo da cultura e da língua-mãe. Completou seus estudos fundamentais em Haverstraw, no estado de Nova York, e recebeu seu grau de Bacharel em Psicologia e Música, em 1938, por Cornell. Fez Mestrado na Harvard University e o Doutorado na University of Michigan terminando em 1942. Foi casado com Liese, com quem teve seis filhos e 13 netos, e uma bisneta.

Bronfenbrenner é, ainda e portanto, um proeminente Ecologista Humano, pois estava sempre na busca do equilíbrio entre o ser humano e o seu ambiente, na tentativa de que ambos não se extinguissem mutuamente. Fundou, junto a outros profissionais, em 1965, o Programa Head Start, destinado a crianças e famílias de baixa renda. Foi Professor Emérito Jacob Gould Schurman em Desenvolvimento Humano e Psicologia de Cornell University, onde iniciou em 1948 suas atividades e passou a maior parte de sua vida profissional. Em 1993, em sua homenagem, a universidade renomeou o instituto no qual ele ensinava como Bronfenbrenner Life Course Institute. Suas idéias iluminaram modelos teóricos e metodológicos de pesquisa e também fundamentalmente políticas sociais. Foi um lutador pelos direitos humanos e especialmente pelos direitos das crianças no seu país de residência e em muitos outros países pelo mundo, enfatizando a necessidade de atentarmos para a gravidade das condições ecológicas de vida atual e para a preparação em superar problemas no futuro próximo, com ações efetivas e imediatas em favor de crianças e famílias. Editou como autor principal ou em co-autoria mais de 300 artigos científicos e capítulos, e catorze livros, sendo o mais marcante o “Ecologia do Desenvolvimento Humano (The Ecology of Human Development)”, editado em 1979 (traduzido para o Português em 1996), pois apresentava a primeira formalização de sua teoria. Em 2004, publicou seu último livro "Making Human Beings Human", ainda não traduzido para o Português, que é uma compilação e atualização de seus principais estudos ao longo da vida. Como o próprio título deste último livro aponta sua preocupação maior que foi sempre “Fazer Seres Humanos Humanos”. A abordagem bioecológica do desenvolvimento humano, como Bronfenbrenner chamou mais recentemente sua teoria, propiciou muitos vínculos entre várias disciplinas, permitindo uma visão mais integrada do ser humano, de seu contexto, de sua história de vida, rotinas e processos de desenvolvimento. Rompeu barreiras entre as ciências sociais, permitindo uma ampla visualização e compreensão de como diversos níveis de sistemas interagem de forma complexa e dinâmica e podem exercer influência sobre o desenvolvimento humano ao longo do curso de vida da pessoa. Da mesma maneira, enfatizou o fato de esta pessoa em desenvolvimento poder retroalimentar estes sistemas e gerar mudanças nos mesmos. Bronfenbrenner sempre foi um exemplo de pesquisador e profissional. Sua carreira foi marcada pela alegria de compartilhar seus conhecimentos com seus seguidores, pela premência de transformar em aplicação suas idéias para melhorar a qualidade de vida dos seres humanos e pela auto-exigência constante em publicar seus achados. Bronfenbrenner era uma pessoa otimista e sempre dizia, ao despedir-se de alguém: - “Até nosso próximo encontro!”, porque tinha a esperança que cada um de nós voltaria a discutir com ele as suas idéias e as intrigantes questões que gostava de responder. Nem sempre respondia e isto ainda o fascinava mais marcadamente. Mas é certo que todos nós, que visualizamos um mundo melhor, voltaremos sempre às suas idéias e buscaremos nelas uma resposta para melhorar a qualidade de vida do mundo que nos cerca.

fonte: http://www.domusterapia.com.br/principal/ShowMateria.asp?var_chavereg=100



Várias formas de manifestação de cultura.
O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.

No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças – negra, branca, índia – cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.

Sendo as culturas produto de determinados contextos sociais, se determinada cultura é posta em contato com outra, necessariamente, sob pena de ser sufocada, uma delas se adaptará à outra. Tal exigência de adaptação às necessidades sociais não é especificidade do mundo globalizado. Historicamente tem se dado este confronto necessário entre culturas diferentes. Adaptar-se é, enfim, sobreviver. A adaptação das culturas é algo próprio de cada momento, uma vez que a sociedade se transforma conforme se constrói a História. Cada sociedade busca para si aquilo de que necessita em dado momento. Assim, se determinada cultura não lhe serve, então, deverá adaptar-se ou desaparecerá.

As sociedades contemporâneas, nas quais é preciso diferenciação dos indivíduos para que se identifiquem enquanto seres humanos e enquanto membros de determinado contexto social, e, sobretudo, diante das possibilidades postas pela globalização, o conflito de culturas é inevitável e necessário. A globalização cada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes. Assim, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio frente colocado por essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente.

Sejam quais forem as exigências do mundo globalizado, atualmente se afirma a certeza do necessário convívio em uma sociedade cuja realidade é multicultural. Para tanto, é preciso que se reconheça e se respeite as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se possa conviver em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.

Atualmente a escola, por se configurar como espaço legítimo onde se dá o processo de socialização, é o ambiente no qual mais se discute a questão da diversidade – cultural, racial, social. No momento atual, para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro, diálogo com os valores do outro.

fonte: http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/



A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem através da sua racionalidade, mais precisamente a inteligência, consegue executar, dessa forma todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.

Os elementos culturais são artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se dessa forma de outros seres como os vegetais e animais.

Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de se permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente.
fonte:http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/conceito-cultura.htm